PSD aguarda Tarcísio para 2026, mas já articula Ratinho Jr. e Eduardo Leite como alternativas
Estratégia para a Sucessão Presidencial
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, detalhou nesta sexta-feira (26) a estratégia do partido para a eleição presidencial de 2026, condicionando o apoio da sigla a uma definição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Durante sua participação no 18º Encontro de Líderes, promovido pela ONG Comunitas na capital paulista, Kassab deixou claro que, embora Tarcísio seja o nome preferencial, o partido possui alternativas robustas em seus próprios quadros.
Segundo o dirigente, os governadores Ratinho Júnior, do Paraná, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, ambos filiados ao PSD, são os nomes considerados caso Tarcísio opte por não concorrer ao Palácio do Planalto. A movimentação interna visa garantir que o partido tenha um papel de protagonista na disputa.
“O PSD tem o seu rumo. Ou é com o governador Tarcísio, o governador Ratinho Júnior ou o Eduardo Leite. Isso é algo que está pacificado dentro do partido e, portanto, vamos aguardar [a decisão do Tarcísio]”, declarou Kassab, reforçando a unidade da legenda em torno desses três nomes.
Apesar de Tarcísio de Freitas sinalizar publicamente sua intenção de buscar a reeleição ao governo paulista, Kassab tem reiterado que o apoio do PSD está garantido independentemente do caminho escolhido por ele. “Ele tem dito isso, que não vai sair presidente. E, da nossa parte, tem o nosso respeito, qualquer que seja sua decisão. Estaremos juntos seja na candidatura a governador, seja de presidente da República. Ele tem que fazer suas análises para saber quais são os rumos melhores para sua carreira e para o estado de São Paulo”, afirmou.
Nos bastidores, as articulações do partido já estão em andamento para fortalecer seus potenciais candidatos. Um jantar recente em São Paulo com Ratinho Júnior, por exemplo, foi visto no meio político como um gesto de incentivo a uma eventual candidatura do governador paranaense, preparando o terreno para o cenário sem Tarcísio na disputa nacional.
Defesa da Anistia para o 8 de Janeiro
Além das articulações eleitorais, Gilberto Kassab também se posicionou sobre um tema sensível da pauta política nacional. Ele defendeu que o Congresso Nacional inicie uma discussão sobre uma proposta de anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, argumentando que o debate pode representar um avanço institucional para o país.
Para Kassab, é necessário um esforço de pacificação e redefinição de papéis entre os Três Poderes. “Sou um democrata e entendo que o Judiciário, o Executivo e o Legislativo estão precisando de uma concertação aqui no Brasil pra que sejam bem definidas as suas ações. E esse projeto [da anistia] vem num momento que a sociedade defende uma anistia”, avaliou.
O presidente do PSD ponderou que existem diferentes visões sobre o alcance do perdão, mas se mostrou favorável à análise da medida para corrigir o que chamou de “excessos”. “Alguns uma anistia geral, ampla e irrestrita, outros mais contida. Mas sou a favor que esse projeto seja discutido e seja encontrada uma forma de corrigir alguns excessos que foram cometidos. Me associo à manifestação do ministro Barroso e acho que a anistia precisa ser discutida sim”, concluiu Kassab.
O posicionamento do PSD no cenário nacional
Fundado em 2011 por Gilberto Kassab, o Partido Social Democrático (PSD) se consolidou como uma das principais forças de centro do Brasil. Atualmente, a sigla comanda os governos do Paraná, Rio Grande do Sul e Sergipe, além de ocupar a presidência do Senado Federal com Rodrigo Pacheco e possuir uma das maiores bancadas do Congresso. A articulação para 2026 visa posicionar o partido como protagonista na sucessão presidencial, seja apoiando um aliado de peso como Tarcísio de Freitas, visto como um herdeiro político do bolsonarismo, ou lançando um de seus governadores com alta aprovação estadual.

