Justiça suspende reintegração de posse em área quilombola no MA

Uma decisão judicial suspendeu, nesta quarta-feira (27), a ordem de reintegração de posse de uma área ocupada pela comunidade quilombola de Lagoa dos Campinhos, no Maranhão. A liminar foi concedida pela Justiça Federal, atendendo a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU), que alegou risco iminente à segurança e à subsistência da população quilombola.

Contexto da Decisão

A disputa pela terra se arrasta há anos, envolvendo alegações de grilagem e a falta de regularização fundiária da área. A comunidade, formada por descendentes de escravos, alega que ocupa a região há gerações e que a reintegração de posse colocaria em risco suas tradições culturais e sua forma de vida.

Segundo a DPU, a decisão de reintegração de posse foi proferida sem a devida consideração dos direitos territoriais da comunidade quilombola, previstos na Constituição Federal e em convenções internacionais das quais o Brasil é signatário. A Defensoria argumentou que a remoção forçada da comunidade causaria danos irreparáveis, especialmente às crianças, idosos e pessoas com deficiência.

Impacto para a Comunidade

A suspensão da reintegração de posse representa um alívio para a comunidade de Lagoa dos Campinhos, que temia a perda de suas casas e de suas terras. A decisão judicial garante, por ora, a permanência da comunidade no local, enquanto se aguarda uma solução definitiva para o conflito fundiário.

A liminar determina que a Justiça Federal realize uma audiência de conciliação entre as partes envolvidas, buscando um acordo que garanta os direitos territoriais da comunidade quilombola e a preservação de seu patrimônio cultural. A decisão também impõe ao governo federal a obrigação de apresentar, em prazo determinado, um plano de regularização fundiária da área, com a participação da comunidade e de órgãos competentes.

Próximos Passos

A decisão judicial é provisória e ainda cabe recurso. No entanto, ela representa um importante precedente na defesa dos direitos das comunidades quilombolas no Brasil, que frequentemente enfrentam ameaças à sua posse da terra e à sua cultura. A expectativa é que a audiência de conciliação possa levar a um acordo justo e duradouro, garantindo a segurança jurídica e a qualidade de vida da comunidade de Lagoa dos Campinhos.

Justiça

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